Será difícil sair do home office
Não vai ser fácil deixar o home office. Quanto mais o tempo passa, mais será difícil para muitas pessoas deixarem de trabalhar em casa. Os argumentos são inúmeros. Poupa-se com combustível, passagem de ônibus, táxi ou Uber. Não gasta-se com alimentação fora de casa, sempre mais caro do que comer no lar. E as roupas? Em casa usa-se roupa mais casual sem a necessidade de deixá-la sempre “engomadinha”. Estudos apontam que a produtividade aumentou, mas o volume de tarefas também subiu.
Aí o cidadão volta ao trabalho presencial e aumenta o custo de vida. Ele percebe uma desvantagem prática neste aspecto. As empresas estão se dando conta de que existem algumas tarefas que podem ser executadas plenamente no sistema de home office, com mais eficácia e até menos custo para a operação. O mesmo vale para o poder público. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por exemplo, aponta aumento na produtividade. Com metas claras, condições de trabalho e cobrança por resultado, funciona e muito bem.
É evidente que não são todas as tarefas e funções que podem ser executadas de casa. Para muitas destas pessoas que não vão poder seguir no teletrabalho antevejo resistência ou uma dificuldade inicial. É humano. Mas podem-se arrumar justificativas incontestáveis. Ficar em casa trabalhando ajuda na mobilidade urbana - é menos um carro na rua. Menos um carro em circulação representa menos lançamento de gases tóxicos na atmosfera, portanto, é contribuição com o meio ambiente. O tempo que é perdido no deslocamento casa/trabalho pode ser utilizado para outras tarefas. Tudo isto, somado, reforça o pano de fundo que é a vontade de continuar trabalhando de casa. E é plenamente compreensível.
Segundo a advogada especialista em direito previdenciário, Gisele Kravchychyn, quando se trata de motivo doença, quanto mais tempo sem trabalhar, mais custoso é para voltar ao trabalho. É estatístico.
Não existem dados ainda sobre sair do home office para o presencial. Mas certamente, muitos vão preferir ficar em casa.
Que se leve em consideração, tanto no poder público como no setor privado, o conjunto da obra. O estágio da pandemia, produtividade, custo, absenteísmo, meio ambiente e mobilidade urbana.
Esse é o novo normal que veio para ficar. E que seja pró-sociedade.
Fonte: NSC Total