Condomínios investem cada vez mais em segurança: confira dicas
De acordo com dados do Sistema de Informações Criminais (Infocrim), entre os anos de 2014 e 2018, os moradores de São Paulo sofreram em média 12,1 mil ataques por mês a casas e condomínios. O número se refere a perfis de crimes classificados como roubos (subtração de bem alheio com emprego de violência ou grave ameaça) e furtos (apropriação de bem alheio furtivamente, ou seja, sem coação). As estatística ajudam a compreender o fenômeno e a razão pela qual os debates em torno da segurança tem se tornado presente na esfera pública.
Para inibir as ações de criminosos empresas de consultoria focadas em segurança têm desenvolvido planos estratégicos sob medida para atender às necessidades específicas de cada empreendimento, já que condomínios exigem a adoção de medidas coordenadas que envolvem não apenas o corpo de funcionários, mas também de moradores, para que todos estejam juntos nos esforços de cautela e prevenção.
Todo o processo começa com um mapeamento dos pontos fracos do condomínio que merecem uma atenção especial, passando por ações práticas efetivas, como “treinamento rigoroso para funcionários, orientações aos condôminos, investimentos em sistemas para controle de acesso com alarmes silenciosos de pânico e Sistema de Circuito Fechado de TV (CFTV) nas áreas comuns”, enumera Cláudio Affonso, diretor de negócios condominais da CIPA.
Outras ações básicas que ajudam muito a mitigar roubos e furtos são o cadastramento de todas as pessoas que terão acesso ao condomínio, tais como moradores, visitantes, empregados domésticos, entregadores, prestadores de serviços, entre outros; a realização de treinamentos periódicos para os funcionários; e atuar sempre com um plano de contingência, quando necessário, além de disponibilizar o Procedimento Operacional Padrão (POP) nos postos de trabalho.
Segundo Affonso, as atuações de síndicos, funcionários e moradores dos empreendimentos são fundamentais para que todas as ações voltadas para segurança tenham sucesso. “O síndico deve orientar, treinar e cobrar ao máximo os funcionários que atuam no empreendimento, e moradores para que cumpram os procedimentos estabelecidos. Não há sistema, tecnologia ou qualquer outra atitude preventiva que tenha efeito se as partes envolvidas não adotarem as orientações”, exalta o especialista.
Atenção sempre
Para romper protocolos de segurança, criminosos estão sempre buscando atuações cada vez mais surpreendentes. Normalmente, para entrar nos condomínios, eles se identificam como funcionários de concessionárias, oficiais de justiça ou advogados, corretores de imóveis e até mesmo se passam por mulheres grávidas. “Geralmente se aproveitam do momento quando há vacância nos postos de trabalho ou na entrada e saída de moradores”, completa Affonso.
Casas
Para os moradores de casas que não fazem parte de condomínios fechados e com um sistema de segurança próprio, algumas ações básicas podem contribuir para dificultar a ação de ladrões. De acordo com Carlos Alberto da Cunha, que atua na zona leste da capital paulista como delegado da Polícia Civil de São Paulo, são de grande valor atitudes como “conversar com a vizinhança no intuito de levantar pontos importantes sobre crimes locais, analisar atrativos ou facilidades que possam gerar oportunidades ao criminoso e motivar ações coletivas que envolvam a segurança dos moradores, como a Vizinhança Solidária”.
Criado pela Polícia Militar de São Paulo, o programa Vizinhança Solidária consiste em conscientizar as pessoas de uma comunidade do seu papel e responsabilidade para preservar sua segurança pessoal e coletiva, adotando medidas capazes de prevenir delitos e estabelecendo uma área vigiada pelos moradores com apoio da PM. O projeto teve início no bairro do Itaim Bibi, cresceu e virou lei estadual (nº 16.771/18).
Outra postura importante para os moradores de casas é prestar atenção ao entrar e sair com o carro da garagem, sempre observando a presença de pessoas suspeitas nas extremidades da rua. “Para quem chega à pé, evitar a utilização de smartphones e manter atenção ao aproximar-se de casa”, completa o delegado.
Ele aponta também a importância de as casas utilizarem sistemas que geram alarmes em caso de tentativa de invasão, como sensores de abertura de portas, sensores ativos nos muros, sensores passivos em ambiente interno e também as boas e velhas câmeras de vigilância. “O alarme gera reação por efeito de luz ou sonoro, deixando o criminoso desconfortável com o próprio início de sua ação”, conclui Cunha.
Fonte: Estadão